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SLACK LINE

De base histórica completamente circense a slack line talvez seja uma forma mais simples e moderna da corda bamba.

Esta atividade já virou um vício entre os escaladores do mundo inteiro, principalmente aqueles que estão mais preocupados com a amplidão de seus limites.

Sabe-se que em 1907 um americano causou espanto em Colorado Springs tamanha peripécia que armou. Seu nome era Ivy Baldwin, pertencia a uma família circense e era especialista em corda bamba(cabo de aço). Ele monta seu cabo entre duas torres de arenito tendo 200 metros de extensão e a 180metros do chão!!!

Em pleno Eldorado Cannyon, no Colorado, ainda hoje é possível encontrar os restos de cabo de aço no topo da torre Bastile na entrada deste parque.O mais sagaz de tudo, é que esse personagem cruzava o cabo sem segurança alguma em uma trajetória de vida dos 17 aos 82 anos, sem acidentes graves por puro prazer e evolução pessoal.

Tive uma iniciação da versão mais moderna, a slack line, em minha primeira temporada na Patagônia, com os climbers americanos, peritos no assunto. Meu primeiro mestre foi Charlie Fowler, que não tinha o menor problema em deslizar por aquela cinta mesmo sem os dedos do pé, perdidos em uma escalada no K2.
Era uma fita tubular de espessura fina, tencionada entre duas árvores por um sistema de tração, ficava a meio metro do chão e de uma dificuldade quase eterna. Mas com bastante paciência e persistência saíram os primeiros passos de algo que me dava à sensação de levitar.

Não foi difícil me motivar cada vez mais e ser mais uma adepta a este jogo com o equilíbrio e o balance do corpo.

Anos depois, em 2.000, quando estive em uma temporada escalando no Yosemite Valey, Califórnia fiquei impressionada com o nível técnico dos locais, sem falar das high lines, tenciondas por alguns dias em alguns spots especiais, como Lost Arrow e o Rostrum.

Tentei uma pequena cinta no Rostrum que era utilizada para aquecimento antes de aventurar-se na mais comprida de trinta metros aproximadamente, ambas estavam a 300 metros do chão. Na primeira tentativa quase enfartei de susto... era uma sensação fortíssima, mesmo estando completamente com segurança o pavor era quase que absoluto com direito a muitos calafrios, mas ao mesmo tempo uma curiosidade de realmente tentar dominar aquela situação de uma forma leve e equilibrada.

Custou-me três vezes até eu realmente acreditar que era possível, tenho este momento marcadinho como algo mágico que me aconteceu. Serviu muito para me mostrar os níveis de concentração que podemos chegar e a maravilha que é ampliar nossos limites.

Para montar uma slack line aconselho estar com alguém que conheça e domine o assunto para não haver riscos de acidentes. Vale muito experimentar esta atividade que joga com o nosso equilíbrio e concentração, temperitos essências para a arte de escalar bem.

Recomendo o vídeo Master off Stone V, para aquele friozinho na barriga garantido.

Roberta Nunes